É quase natal. Não sei como isso foi acontecer (embora, naturalmente, eu saiba, só não entendo como o tempo passou por mim como se me atravessasse). Ano passado, nessa mesma hora, eu estava dentro de um carro indo para uma cidadezinha pequena, tentando fugir de algo, alguém, mas lentamente descobri que a gente não pode fugir de nós mesmos - sempre acabamos nos alcançando.
Esse ano foi uma loucura. Não tenho nem palavras para descrever a mudança que esses 365 dias causaram em mim. Descobri mais sobre mim mesma em um ano do que em minha vida toda. Porque uma coisa é estar no ensino médio, onde tudo é mais confortável e fácil, e outra bem diferente é dar tapa à cara e sair de braços abertos em um mundo onde todos estão com um navalha, prontos para de detonar e rasgar seus sonhos.
Me decepcionei com pessoas que nunca imaginei. Porque, para mim, amigo é aquele que é honesto, que fala a verdade mesmo sabendo que vai te ferir, pois qualquer coisa é melhor do que a mentira. Não peço muito dos outros. É só não ferrar com tudo. É tão fácil. E, mesmo assim, parece que todos estão com as mãos levantadas, prontos para me pegar, porque secretamente torcem para eu cair, apesar de o sorriso continuar intacto. A máscara caiu. Demorou. Demorou quatro anos. Mas eu descobri a verdade, e agora sei quem eles são. Como Tati disse: "cacos de vidro não me enganam mais."
Também percebi que devemos ter cuidado com o que desejamos, porque não sabemos como vamos reagir quando conseguirmos algo que nunca tivemos. Como iremos lidar? Como iremos lidar com a perda desse algo? Não ter ninguém preenchendo o coração dói. Mas é uma dorzinha tão fácil de substituir. É aquela dorzinha que a gente só sente no final da noite, quando estamos deitados em nossa cama e já pensamos em todas as coisas que deveríamos ter pensado. Difícil mesmo é ter alguém no coração. Alguém que você sabe que nunca foi e nunca vai ser bom o suficiente para você, nem para ninguém. Quando um amor começa assim, só tem um final possível: dor e sofrimento. E, é claro, perda de tempo. Tempo. A coisa mais valiosa desse mundo, porque não volta. Não importa o quanto desejamos, ele não volta nunca. E você insiste mas não resiste. Fica aí, se contentando com migalhas, migalhas que fazem o seu coração bater mais rápido, só para depois ele desacelerar e parar de bater. Você. Merece. Mais. E sabe disso. Porque todos dizem. Porque é a verdade.
Mas daí você segue em frente. Com outro. Com outros. Com todos que não são ele. E todos são exatamente iguaiszinhos - covardes, mentirosos e filhos da puta, com todo o perdão da palavra. É difícil achar alguém que vá segurar a nossa mão e caminhar pela noite. Ainda não encontrei esse alguém, e talvez nem saiba se vou. Mas acredito. Ainda acredito. Porque, senão, qual vai ser a razão de tanto sofrimento? Não pode ser em vão. Não é.
Me tornei mais forte, também. Sabe aquela famosa frase "decepção não mata, ensina a viver"? Então. É bem assim. Com tanta decepção, o coração vai ficando mais duro. Tipo uma rocha. Mas até rochas têm rachaduras. Um dia a gente para de se importar. E as coisas começam a ficar menos interessantes, porque tudo, de repente, é mais óbvio e você já conhece o final de todas as histórias. A não ser quando...A não ser quando a história não é a mesma e você se surpreende. A pior hipótese é aquela que você não considera e acontece. Te desmonta. Quebra as suas pernas. E você se decepciona de novo e, no táxi, a caminho de casa, no final da noite, quando tudo que podia acontecer não aconteceu, você encosta a cabeça no vidro e repete para si mesmo "tudo bem, não era pra ser, foi melhor assim", mesmo sabendo que não foi melhor coisa nenhuma.
Dentro de tantas decepções, amigos falsos, garotos que roubam nosso coração só para terem algo pra segurar, como é que a gente vive? Aguentando tudo. Aguentando tudo de cabeça erguida, com esperança no coração, ainda acreditando que exista gente que valha a pena. Porque existe. Juro por Deus que existe. Senão nada disso terá significado. Digo para mim mesma que é só aguentar mais um pouquinho e ter mais fé. E é isso que me salva. Isso e a escrita, mas daí já é outra história.
Não, pra ser bem sincera, isso não é outra história. É a mesma. Porque se um carinha, ou amigo, ou qualquer um me ferra ou magoa, pode ter certeza que vai acabar no meu livro sendo um personagem filho da puta. É a vingança da tinta preta. O mundo inteiro vai saber quem você é.
E, se de um lado as pessoas me decepcionaram, a escrita só me ensinou a ser quem eu sou. Ela nunca me decepcionou, e é nisso que eu me agarro no final da noite. Vou salvar as pessoas por causa de todos aqueles que destruiram um pedacinho de mim. Vou salvá-las. Porque isso me salva também.
Nesse natal, e depois dele, quero ser alguém melhor. Alguém que não vai desistir nunca, nem perder a fé diante de tanta gente ruim e tanta decepção. Vou seguir de cabeça erguida, até porque é isso que eu estou fazendo. E se você que está lendo isso, se sentir assim, sem fé, sem ter no que acreditar, lembre-se de uma coisa: você não está sozinho e nunca vai estar. Se quiser segurar minha mão, vou estar aqui por você, e juntos caminharemos pela noite estrelada de verão e iremos acreditar. Acreditar na magia e nos sonhos, porque é isso que salva.
Aprendi tanto esse ano, e ano que vem sei que estarei um pouco mais esperta e forte para lidar com as pedras no caminho. "No meio do caminho tinha uma pedra..." SO WHAT? Chuta ela! E se 2012 for mesmo o fim, então que a gente viva intensamente, pra poder olhar para trás e ser capaz de gritar: "Nesse mundo onde todos estão tão perdidos, eu me encontrei e fui corajoso!"
É isso. Sei que o post ficou enorme, mas é por uma boa causa. Um feliz natal pra vocês e pra família de vocês. Que vocês tenham muita luz no coração para poder se iluminar quando a obscuridade bater à porta, e que vocês sejam capazes de iluminar todos em sua volta. E não desistam. Nunca. Porque eu juro por Deus que tem gente que vale a pena. Eu estou aqui. Sou prova viva disso.
Esse ano foi uma loucura. Não tenho nem palavras para descrever a mudança que esses 365 dias causaram em mim. Descobri mais sobre mim mesma em um ano do que em minha vida toda. Porque uma coisa é estar no ensino médio, onde tudo é mais confortável e fácil, e outra bem diferente é dar tapa à cara e sair de braços abertos em um mundo onde todos estão com um navalha, prontos para de detonar e rasgar seus sonhos.
Me decepcionei com pessoas que nunca imaginei. Porque, para mim, amigo é aquele que é honesto, que fala a verdade mesmo sabendo que vai te ferir, pois qualquer coisa é melhor do que a mentira. Não peço muito dos outros. É só não ferrar com tudo. É tão fácil. E, mesmo assim, parece que todos estão com as mãos levantadas, prontos para me pegar, porque secretamente torcem para eu cair, apesar de o sorriso continuar intacto. A máscara caiu. Demorou. Demorou quatro anos. Mas eu descobri a verdade, e agora sei quem eles são. Como Tati disse: "cacos de vidro não me enganam mais."
Também percebi que devemos ter cuidado com o que desejamos, porque não sabemos como vamos reagir quando conseguirmos algo que nunca tivemos. Como iremos lidar? Como iremos lidar com a perda desse algo? Não ter ninguém preenchendo o coração dói. Mas é uma dorzinha tão fácil de substituir. É aquela dorzinha que a gente só sente no final da noite, quando estamos deitados em nossa cama e já pensamos em todas as coisas que deveríamos ter pensado. Difícil mesmo é ter alguém no coração. Alguém que você sabe que nunca foi e nunca vai ser bom o suficiente para você, nem para ninguém. Quando um amor começa assim, só tem um final possível: dor e sofrimento. E, é claro, perda de tempo. Tempo. A coisa mais valiosa desse mundo, porque não volta. Não importa o quanto desejamos, ele não volta nunca. E você insiste mas não resiste. Fica aí, se contentando com migalhas, migalhas que fazem o seu coração bater mais rápido, só para depois ele desacelerar e parar de bater. Você. Merece. Mais. E sabe disso. Porque todos dizem. Porque é a verdade.
Mas daí você segue em frente. Com outro. Com outros. Com todos que não são ele. E todos são exatamente iguaiszinhos - covardes, mentirosos e filhos da puta, com todo o perdão da palavra. É difícil achar alguém que vá segurar a nossa mão e caminhar pela noite. Ainda não encontrei esse alguém, e talvez nem saiba se vou. Mas acredito. Ainda acredito. Porque, senão, qual vai ser a razão de tanto sofrimento? Não pode ser em vão. Não é.
Me tornei mais forte, também. Sabe aquela famosa frase "decepção não mata, ensina a viver"? Então. É bem assim. Com tanta decepção, o coração vai ficando mais duro. Tipo uma rocha. Mas até rochas têm rachaduras. Um dia a gente para de se importar. E as coisas começam a ficar menos interessantes, porque tudo, de repente, é mais óbvio e você já conhece o final de todas as histórias. A não ser quando...A não ser quando a história não é a mesma e você se surpreende. A pior hipótese é aquela que você não considera e acontece. Te desmonta. Quebra as suas pernas. E você se decepciona de novo e, no táxi, a caminho de casa, no final da noite, quando tudo que podia acontecer não aconteceu, você encosta a cabeça no vidro e repete para si mesmo "tudo bem, não era pra ser, foi melhor assim", mesmo sabendo que não foi melhor coisa nenhuma.
Dentro de tantas decepções, amigos falsos, garotos que roubam nosso coração só para terem algo pra segurar, como é que a gente vive? Aguentando tudo. Aguentando tudo de cabeça erguida, com esperança no coração, ainda acreditando que exista gente que valha a pena. Porque existe. Juro por Deus que existe. Senão nada disso terá significado. Digo para mim mesma que é só aguentar mais um pouquinho e ter mais fé. E é isso que me salva. Isso e a escrita, mas daí já é outra história.
Não, pra ser bem sincera, isso não é outra história. É a mesma. Porque se um carinha, ou amigo, ou qualquer um me ferra ou magoa, pode ter certeza que vai acabar no meu livro sendo um personagem filho da puta. É a vingança da tinta preta. O mundo inteiro vai saber quem você é.
E, se de um lado as pessoas me decepcionaram, a escrita só me ensinou a ser quem eu sou. Ela nunca me decepcionou, e é nisso que eu me agarro no final da noite. Vou salvar as pessoas por causa de todos aqueles que destruiram um pedacinho de mim. Vou salvá-las. Porque isso me salva também.
Nesse natal, e depois dele, quero ser alguém melhor. Alguém que não vai desistir nunca, nem perder a fé diante de tanta gente ruim e tanta decepção. Vou seguir de cabeça erguida, até porque é isso que eu estou fazendo. E se você que está lendo isso, se sentir assim, sem fé, sem ter no que acreditar, lembre-se de uma coisa: você não está sozinho e nunca vai estar. Se quiser segurar minha mão, vou estar aqui por você, e juntos caminharemos pela noite estrelada de verão e iremos acreditar. Acreditar na magia e nos sonhos, porque é isso que salva.
Aprendi tanto esse ano, e ano que vem sei que estarei um pouco mais esperta e forte para lidar com as pedras no caminho. "No meio do caminho tinha uma pedra..." SO WHAT? Chuta ela! E se 2012 for mesmo o fim, então que a gente viva intensamente, pra poder olhar para trás e ser capaz de gritar: "Nesse mundo onde todos estão tão perdidos, eu me encontrei e fui corajoso!"
É isso. Sei que o post ficou enorme, mas é por uma boa causa. Um feliz natal pra vocês e pra família de vocês. Que vocês tenham muita luz no coração para poder se iluminar quando a obscuridade bater à porta, e que vocês sejam capazes de iluminar todos em sua volta. E não desistam. Nunca. Porque eu juro por Deus que tem gente que vale a pena. Eu estou aqui. Sou prova viva disso.