Você está aqui

by - sexta-feira, dezembro 13, 2013


Seu rosto está nítido, assim como o nosso término.

É só nisso que consigo pensar desde que te vi pela última vez.

A última vez só faz 26 horas.

Eu engasguei o meu coração na garganta quando olhei para trás e pensei: esse garoto se parece muito com ele. Virei novamente e, após alguns segundos, sua voz ecoou por todas as partes, como um fantasma rasgando o véu que separa os mundos.

Virei o rosto.

Você está aqui.

Há quanto tempo você ficou ali, me olhando? Só parado, tentando entender, tentando entender porque você foi embora.

Não foi isso que você fez?

Porque foi o que eu fiz.

Então eu fugi. Passei por você como um furação, como uma bagunça fodida.

Você me seguiu.

Eu olhei.

Não queria ter olhado. Não deu pra fugir de novo. Nos cumprimentamos. Foi estranho pra você? Porque foi aterrorizante para mim. Fiquei petrificada, sem reação. Por que você estava lá, afinal?

Eu não deveria estar lá, sabia? Era para eu ter ido para casa. Era para eu ter subido no 10º andar. Era para eu ter pego o 1º ônibus, mas eu o perdi.

Todos os meus erros me levaram a você.

Gostaria que não tivesse sido assim.

Agora, surge um problema: Não sei como terminar. Talvez porque não saiba direito como me sentir em relação a isso. Para você aí, que está lendo essas palavras, esperando um grande fim para esse texto, eu peço desculpas. Não posso dar o final que você espera.

Mas tá tudo bem, ok?

Porque eu também não tive o final que esperava.

E sobrevivi. Porque sobreviver é sobre viver, entendeu?

Deixa ir.

Mas.
Não.
Deixa.

Voltar.

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