Resenha: Tudo o que nunca te contei - Celeste Ng

by - quinta-feira, maio 04, 2017


Sinopse: Na manhã de um dia de primavera de 1977, Lydia Lee não aparece para tomar café. Mais tarde, seu corpo é encontrado em um lago de uma cidade em que ela e sua família sino-americana nunca se adaptaram muito bem. Quem ou o que fez com que Lydia — uma estudante promissora de 16 anos, adorada pelos pais e que com frequência podia ser ouvida conversando alegremente ao telefone — fugisse de casa e se aventurasse em um bote tarde da noite, mesmo tendo pavor de água e sem saber nadar? À medida que a polícia tenta desvendar o caso do desaparecimento, os familiares de Lydia descobrem que mal a conheciam. E a resposta surpreendente também está muito abaixo da superfície. Conforme analisa e expõe os segredos da família Lee — os sonhos que deram lugar às decepções, as inseguranças omitidas, as traições e os arrependimentos —, Celeste Ng desenvolve um romance sobre as diversas formas com que pais, filhos e irmãos podem falhar em compreender uns aos outros e talvez até a si mesmos. Uma uma observação precisa e dolorosa do fardo que as expectativas da família representam e da necessidade de pertencimento. Um romance que explora isolamento, sucesso, questões de raça, gênero, família e identidade e permanece com o leitor bem depois de virada a última página.


Tinha acabado de assistir a 13 Reasons Why quando iniciei a leitura de Tudo o que nunca te contei. Achei ambos parecidos, no sentido de reviver as memórias de uma jovem que sofria calada, tanto como Hannah Backer e Lydia Lee, personagem desaparecida no livro. Já nas primeiras páginas você descobre que ela não está somente desaparecida, e sim, morta. É muito triste ver os pais dela tentando entender o que aconteceu, assim como seu irmão e irmã. Personagens que amei, por sinal! Todos muito bem construídos. Nathan (o irmão) foi o meu favorito, assim como o único amigo de Lydia, Jack.

Tudo nesse livro chama a atenção. O modo como os pais se conheceram, como Lydia era a queridinha deles, deixando os irmãos invisíveis e desolados, como a pressão e expectativa de alguém podem arrancar o seu melhor, e por aí vai. O fato de Lydia sentir ciúmes de Nathan, por ele estar partindo para a faculdade, também nos desperta algo: apesar de não parecer, Lydia se espelha muito nele, e o ama incondicionalmente. Ele ir embora é mais um motivo para a infelicidade dela.

Algo muito interessante abordado pela Celeste Ng é sobre os imigrantes chineses, e como eles sofreram preconceito. O pai de Lydia, James, é chinês, e casar com uma americana, naquela época, foi motivo de choque cultural e dificuldades para o casal, que perderam o apoio dos familiares. Todas essas frustrações acabam por ser despejadas em cima de Lydia, assim como os sonhos frustrados dos pais.  

O ritmo do livro é muito bom, simplesmente flui. Essa mistura de passado/presente torna a história eletrizante. O fato de se passar em 1977 também dá uma outra atmosfera para Tudo o que nunca te contei.

Quando finalmente descobrimos o que aconteceu com a personagem, bate aquele sentimento de tristeza, impotência, sabem? Ela realmente cativa os leitores. Gostei muito do livro!

Esse é o primeiro livro que leio da autora, e com certeza lerei outros!




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