Resenha: Estação Onze

by - quarta-feira, julho 15, 2015

Estação Onze - Emily St. John Mandel 

Sinopse: Certa noite, o famoso ator Arthur Leander tem um ataque cardíaco no palco, durante a apresentação de Rei Lear. Jeevan Chaudhary, um paparazzo com treinamento em primeiros socorros, está na plateia e vai em seu auxílio. A atriz mirim Kirsten Raymonde observa horrorizada a tentativa de ressuscitação cardiopulmonar enquanto as cortinas se fecham, mas o ator já está morto. Nessa mesma noite, enquanto Jeevan volta para casa, uma terrível gripe começa a se espalhar. Os hospitais estão lotados, e pela janela do apartamento em que se refugiou com o irmão, Jeevan vê os carros bloquearem a estrada, tiros serem disparados e a vida se desintegrar. Quase vinte anos depois, Kirsten é uma atriz na Sinfonia Itinerante. Com a pequena trupe de artistas, ela viaja pelos assentamentos do mundo pós-calamidade, apresentando peças de Shakespeare e números musicais para as comunidades de sobreviventes. Abarcando décadas, a narrativa vai e volta no tempo para descrever a vida antes e depois da pandemia. Enquanto Arthur se apaixona e desapaixona, enquanto Jeevan ouve os locutores dizerem boa-noite pela última vez e enquanto Kirsten é enredada por um suposto profeta, as reviravoltas do destino conectarão todos eles. Impressionante, único e comovente, Estação Onze reflete sobre arte, fama e efemeridade, e sobre como os relacionamentos nos ajudam a superar tudo, até mesmo o fim do mundo.

Estação Onze foi uma surpresa do começo ao fim. Não sabia o que esperar, nunca nem tinha ouvido falar da autora, mas tudo me captou, desde a capa, até a sinopse e, é claro, a história. 

AMO livro distópicos, e cada vez mais os autores estão apostando em temas sobre o fim do mundo que conhecemos. Estação Onze conta a história do mundo após a Gripe da Geórgia, que foi uma verdadeira pandemia e destruiu o mundo todo e boa parte da população. Ele começa nos mostrando a peça de Arthur Leander, que representava Rei Lear, e que de repente sofre um ataque cardíaco. Jeevan Chaudhary tenta salvá-lo, mas é em vão. No mês seguinte, praticamente toda população do mundo está morta devido a gripe.

Os capítulos vão se alternando conforme a história flui. Narrado em terceira pessoa, temos uma visão 360º  sobre todos os personagens que estavam lá na noite em que Arthur morreu. O mais legal de tudo é que mesmo com muuiitos personagens, o leitor jamais se perde, pois tudo foi muito bem construído, detalhado, sempre sendo retomado para que o leitor não se esqueça quem é quem. Tudo está ligado, e no mundo pós-calamidade ninguém está a salvo.

A Sinfonia Itinerante foi um verdadeiro acerto, uma das coisas que mais prende e chama atenção na história. Esse grupo de pessoas viajantes deu toda a diferença num mundo onde a arte já não existe mais. E a autora conseguiu criar todo um enredo com esses personagens. Ao fluir da narrativa, artistas da sinfonia começam a desaparecer, desde que passaram por uma cidade onde um profeta comanda. 

Kirsten é uma personagem forte, destemida e leal. Gostei muito de ler sobre ela, mesmo que em capítulos alternados. Ah, e tem uma história dentro de Estação Onze! Uma das personagens escreve histórias em quadrinhos! E essas histórias sobrevivem ao "fim" do mundo e acompanham Kirsten por onde ela vá. É muito legal.

Suspense, romance, originalidade e tudo de bom que um livro deve ter - Estação Onze entrou para a lista dos melhores do ano! Já quero ler outros livros da autora, a escrita dela flui, prende e inspira. No blog da Intrinseca eles contam como ela teve a ideia do livro: 

Apaixonada por cinema e teatro, a escritora canadense Emily St. John Mandel pretendia escrever sobre a vida de um ator em Hollywood. Mas uma ideia insistente a fez mudar de planos: como seria um mundo sem eletricidade e tecnologia? Intrigada, Mandel passou a perguntar aos amigos: “Do que você mais sentiria falta se o mundo como o conhecemos hoje desaparecesse?” A resposta da autora para a própria pergunta foi: “Eu sentiria falta da obra de Shakespeare.” E foi assim — numa intrincada mistura de Shakespeare, vida das celebridades e fim do mundo — que nasceu seu premiado romance Estação Onze.

Ah, e vai ter FILME! Os direitos para a adaptação cinematográfica já foram adquiridos por Scott Steindorff, produtor do filme Chef. 

Corre já ler esse livro! 

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1 comentários

  1. Eu também amo distopias, ainda não tinha visto nenhuma resenha sobre esse livro e agora estou interessada em ler. :)

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